quinta-feira, 18 de julho de 2013

Silêncios de Guerra


Sucedeu que, entre anos e anos
Titubearam as criaturas aleatoriamente.
Arbitrariamente, posto que sem rumo estavam.
Quatorze – lampejo de bombas e explosões
Alusões ao breu total – nenhuma expectativa colorida.

Grunhidos desconhecidos e um não querer...
Sem vontades. Sem remorsos. Sem dores.
Entorpecimento e um mundo organizado em dominó
Peça a peça – todas caem em vida.

Trinta e nove – sem quimeras, déjà vu.
Brutalidade e um poema fervendo a sangue frio...
E outras vozes caladas nunca anunciaram tanto!
Nunca pediram e imploraram tanto!
Quem respondesse – ouve?
Em terra, é sabido que não
Mas se ecoaram as vozes silentes – pois sim!

Num mundo vil e infame,
Há muito mais que essa porcentagem de ferro nas almas, amigo.
Há bruto cobre a revestir-nos,
Há baixíssimas temperaturas por entre nós...
E angústias mal resolvidas, marcas aqui e acolá.
Na pele, nos olhos e na história.
Nessa história que chega palpita, se escrita.

Sessenta e quatro – e ah meu país...
Por vezes, me vem o fardo de dizê-lo
E contá-lo, cantá-lo...
Tentar mostrar o que é esse povo e essa gente.
E pior: o que foi esse instante.
Por que razão foi metonímia da vilania do mundo.
E mais silêncio e susto a ele cedeu...
E – vês? – até coragem!
Em todos os asfaltos, buscou-se a flor
Ou qualquer sinal que fosse.
Em todos os relógios – descompassados –
A hesitação entre acelerar ou retardar
O tempo.

O agora de ontem e de hoje.

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