segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Rebentação
A beleza havia, de fato, sido capaz,
Violenta e ousadamente capaz
De caber num quadro...
Num pequenino e tão modesto quadro.
Juntava-se e ia mostrando-se
Tanto quanto podia,
Sem qualquer esforço...
Mas, ainda assim, com bravura colossal.
Autêntica beleza que nos cerca
E, quando pensamos que não,
Aí então é que mais cabe em nossas mãos!
Potência curiosa, que posso eu diante de ti?
Erguer-me em meio a raios ofuscantes,
Redescobrir-me a cada dia parte ínfima
De um universo que, ao meu lado,
Reduz-me tanto...
E que, de tanto ser maior e melhor e mais forte,
Me tem como parte intrínseca.
Complementando um cenário, desconhecido cenário,
Composto do que no quadro dos meus olhos marca infinitamente...
Por mais que tentemos
E nos esforcemos...
E por mais que ultrapassemos
Todos os limites das nossas próprias molduras
Será um trabalho válido, mas, que pena, em vão!
Eis que tudo é realmente maior que nós,
Para que cresçamos, então, em outras direções!
Almejei fazer-me e reinventar-me poeta,
Sei que naturalmente, num ato quem sabe epifânico, talvez...
Por notar possibilidades que a mim se apresentam
E que sempre, sempre fogem do unidirecional
E suplantam-me em enormidade!
Mas, concomitantemente, fazem-se possíveis e capturáveis
Sem que neguem, também, uma infinita grandeza,
É quase um prêmio de consolação, que nos diz:
- Ah... Nota também tua imensurável beleza!
Ps: E eu que não tinha certeza sobre o nascimento de mais um poema...
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Regresso Lírico do Poeta
O poeta peregrinava
Por entre os espaços abandonados
Da estação...
Tinha suspiro de encanto eterno
E não havia como mudar;
Estava incumbido...
Uma responsabilidade tamanha!
Cantar um mundo de palavras ocas.
Não raro deparava-se com as expressões
De uns ou outros transeuntes
Que, estupefatos, não se reconheciam na canção.
Mas o poeta persistiu, incessantemente
Em desbravar os becos mais inexplorados
Que compunham a alma humana...
A essência de todos - e eram tantos!
Que cruzavam seu caminho,
Sem despertar a consciência
Do impacto que seus passos causam
Num ser simples e aflito de poeta.
Sim... Um choque, um assombro!
Um viver surpreendendo-se
De novo e de novo com a vida e consigo mesmo...
Um fato deveras irremediável.
Quando, um dia, o poeta, sem querer, cessou,
Tudo pareceu estagnado.
E as cores atenuaram-se gradativamente,
Enquanto o dia cedia espaço
À uma inebriante falta de luz...
Versos e estrofes permaneceram calados,
Assistindo ao hiato.
Era preciso que o Sol retomasse seu calor,
Ver o brilho ousado de uma Lua imperiosa...
Era preciso recobrar os sentidos,
Despir-se por completo dos impasses,
Dar lugar à poesia indubitável.
Há o anseio de quem vê e sente com força pungente,
De quem faz-se entender dispensando a explanação,
De quem não há de parar jamais!
Então, voltou ao ser uma satisfação ininteligível
Proveniente do desejo envolvente que consumia-o.
De cenas cotidianas que, lentamente,
Transformavam-se em versos...
Não eram mais que alguns versos.
Oh, enfim, tudo bastava!
Era a poesia, mais uma vez.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Romanticamente Pierrot
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Poesia Concreta Sobre o Efêmero
Meus versos seriam lacrados;
Chave e cadeado a contê-los.
Queria-os seguros, mas dilatavam-se
E tomavam proporções inesperadas.
Tão belos eram, que nem pude contra eles.
O que te disse vinha como surpresa; surpreendente.
E a poesia fez-se entender!
Ao meu redor, ficarão os que a escutam,
Ouvidos atentos, com a novidade eterna nos olhos.
Ouviste que digo o que nem conheço e estranho-me.
Não domino, só construo.
Como quem faz um castelo de areia, utópico,
Sem saber que o oceano tem o poder de reduzi-lo a nada.
Contudo, os meus versos, estes permanecem.
Fazendo frente às intempéries.
Tal qual concreto.
Ah, essa vida poderosa!
Essa sensibilidade instável, quando,
em verdade, instável é a onda violenta trazida pelo ar.
Fora cruel com a construção à beira do mar,
sem ao menos avisá-la.
Mas a minha poesia estará protegida
pela ansiedade de uma criança,
Que descobre a si mesma todo o tempo,
com constante deslumbramento.
Resistindo, edifica-se.
Permanece cara-a-cara com o efêmero.
E haja coragem diante do que passa e finda!
Com rapidez tal que nos assusta...
Apressa-te,
Deixa-me ouvir teus versos vertiginosos.
Tu bem sabes que a poesia não se desfaz,
Caminha longas estradas continuamente.
Portanto, digo-te:
Meu querer é forte, porém, simples e fácil.
Eu quero hoje a poesia que preenche o dia,
palpitando, de tão viva.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Pobre País...
Mas, pobre país, não és capaz de ocultar tuas máculas,
Teus filhos pedintes de futuro corrompido.
Tua infância levada embora...
Vede! Tua infância foi roubada, Brasil!
E permaneces aí a olhar?
Como se a violência não fosse contra ti...
Pior que teres ficado sem teu ouro
É te apresentares agora assim.
(Assalto contínuo de tua identidade infante
E da tua venustidade exuberante...)
Teus direitos foram guardados nos bolsos das calças.
O amanhã, vorazes, tentaram devorar.
E cada um, parte pelo todo, prossegue,
Na luta, na rua, na vida. Prosseguem.
Teu verde está a ruir, tuas vidas se desvanescem...
Num grito abafado, nos animais que habitam o asfalto,
Quem és tu? Pobre país...
Se cada linha de uma poesia
É uma linha tortuosa...
Na tua, verde a amarelo fundem-se
Em vermelho vivo, vermelho sangue.
Tornaste-te a arma que cala os necessitados?
A ameaça dos que andam em ruas largas?
Assustados, inseguros, assombrados!
Quão lamantável é ver-te por tais ângulos...
Tua verdade ascende e denuncia
A falta de opotunidade que ofertas,
Os teus discursos imprudentes,
As tuas ordens. Ordens?
Os teus regressos inclementes
País de espaços historicamente violados,
De lágrima exausta a fluir...
Para onde prosseguir?
Ah, pobre país...
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Já Imaginou, Amor?
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Decifra-me
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Bucólica Felicidade
Não eram abastados.
Digo, tinham o necessário, não mais do que isso.
Uma televisão, um rádio de pilha, a geladeira.
(O sentimento...)
Os suprimentos expostos no canto da cozinha.
O programa ruidoso na televisão
Fazia parecer que havia mais gente na casa.
A mulher contava histórias ao filho mais novo,
O pai caminhava pela casa, pondo as coisas em ordem.
Amavam-se e, quanto à isso, não havia dúvidas.
Os filhos mais velhos espalhavam-se...
Alguns conversavam alegremente no último quartinho,
Enquanto os outros brincavam na varanda da casa.
A mulher refletiu, exausta.
Tivera um longo dia, trabalhara demais ajudando o esposo.
O esposo entregou-se a um suspiro profundo, a cabeça quente:
Talvez o alimento não bastasse até o fim da semana.
Sentaram-se ambos em frente à televisão.
Assistiram ao telejornal.
Estupefatos, trocaram olhares, deram-se as mãos.
Sentiram-se seguros alí.
Numa casa modesta e humilde,
Construída com esforço em uma paisagem bucólica.
A luta diária e o suor valiam à pena.
Voltaram novamente os olhos para o noticiário.
Mundo louco, confuso e desumanizado!
Estavam certos todo esse tempo:
Eram mais felizes do que imaginavam.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Tudo
domingo, 1 de agosto de 2010
A Dor do Menestrel
Ah! Ser versátil...
Mostras teu talento
E a dor que dizes sentir
Veste-te das angústias alheias a ti
E demonstra quem és através de tais...
Se, de fato, fores alguém.
Mas não te apaixones
Não, não caias neste vazio!
Deixa o amor para os donos dos versos
Que, ferozes, preenchem teus lábios
Deixa a angústia e a incerteza para eles...
Disseram-te certa feita
Que românticos não são livres...
Creias, foge enquanto há tempo!
Não sintas que és menor
Por não ter o que é teu divulgado,
interpretado e vivido,
Assim como fazes com os poemas dos grandes!
Volta teus olhos para teu ofício
E não para o amor que não tens
Ou para as inverdades que dizes
Uma vez que não narras teus sentimentos...
Não te faças todo poeta
Permanece como intérprete
Das coisas que precisam ser ditas
Ou tu maldirás o amor por ter-se machucado.
Nota:
Não sabes quanto sofre um trovador.
Não conheces as amarras de ter um coração que não te pertence.
Deixa de ser assim falto de alegria!
Suspira enquanto podes respirar e restitui a tua arte.
Não fiques amargurado por considerar-te vazio. Não és.
Homens apaixonados oscilam em círculos.
Amam, declaram, expõem e fecham-se em si mesmos.
A canção simplesmente acaba.
Enquanto o sentimento permanece sufocador.
Não te voltes, por raiva
Ao escárnio ou ao maldizer!
Fala de amor ao amigo...
Renda-te, sem relutar, ao teu papel.
Enxuga esta lágrima agora. Depressa.
E ponha-se a recitar e cantar os seres amados
E também os que amam...
Para que eu ouça e, imersa, encontre-me, então.
Volta aos versos que não são teus, pulsantes e doloridos.
Esconde os teus para que não padeças...
Volta à tua vida não-vivida,
Contenta-te em ser apenas um menestrel.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
A Insuficiência das Palavras
Fiquei a escutar minha própria voz
Ecoando através dos ventos,
Perpassando pessoas e compreensões
Fiz uma leitura a meu respeito.
Uma interpretação atenta, detalhada
E passei a discursar sobre mim
Mas eram apenas vocábulos vazios
Diante de poucos que podiam assimilá-los.
Calei-me frente ao abismo expressivo.
Li poemas em olhares inefáveis,
Dialoguei sem verbalizar
E entendi perfeitamente.
As palavras são incapazes!
Pobres poetas merencórios e desesperados
Que recorrem a tais para externar suas emoções!
Versam sobre dor, paixão e nostalgia...
Como se pudessem suas penas arrancar-lhes o horror.
O susto constante que é regozijar-se pela vida
Ou entregar-se ao lamento.
Vai...
Se tiveres a coragem para isso.
Entrega-te à genuína poesia,
Prova uma dose mais forte
Dessa visão intensa e perturbadora
E descobre, então, o que são palavras autênticas.
Ah! Homens vazios os que possuem apenas a língua!
Vede quantos olhares e quantas exclamações
Fazem-se ouvir em meio ao silêncio!
Não sabeis que nada se diz
Quando teu sentimento não é visceral?
Caso entendas o que digo, dê-me a tua mão.
Mostra-me que não falas apenas a mesma língua vil de todos.
Neste afã instintivo em informar-te
Acerca dos desvairados que renderam-se
A registrar fatos inundados de sentimentalismo,
Rebentou-se um poema! Desabrochou.
Esgotei minha ânsia de uma poesia
E, creia, sinto-me mais leve agora.
Não duvides disso, não te prendas aos meus paradoxos...
Talvez minhas palavras bastem em si mesmas.
Talvez sejam suficientes, enfim.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Marcaram o Papel em Branco
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A Vida que Necessitou de uma Lágrima
Perseguindo a sobrevivência
Massacrado pela realidade inexorável
Chutado e posto à margem da dignidade
Que lágrima é essa?
Persistente, insistente
Lágrima solitária a regar o chão rachado
De onde poderia vir tão estimada demonstração de dor?
Eis o homem a falar:
Tornei-me um retrato do quê?
Criatura humana que pensei ser...
Perdi-me em meio ao que me cercava
E meus pés, cansados, agora recusam-se a prosseguir
Põem-se contra mim...
Sou resultado do determinismo
Ah!... Resgata-me alguém de ser bicho!
Tenho sede, fome e dor!
Esperança fugidia, onde estás?
Partistes para cenários cheios de vida?
Embebidos em água corrente...
Consciência inconsciente que me toma
E arranca de mim, violenta e veemente,
Qualquer brilho que eu pudesse abrigar...
...
Recorrer à escrita é libertar-se
Gritemos, pois, em palavras!
Sangremos o papel!
Fazendo jus ao que aconteceu...
Está a literatura mesclada com o sofrimento
Daqueles que partiram em direção ao nada
E encontraram-no...
O grito silencioso do povo fez-se arte!
E palavra é VIDA
Embora, neste caso
As palavras sejam amargas, duras, frias...
Secas.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
A Construção Social da Juventude
Ser jovem é sinônimo de carregar um desejo pulsante de transformação, tanto no plano particular, quanto na coletividade. Os jovens vivem, há muitos anos, numa constante busca pelo novo e por ideais. Ter liberdade, vencer limites, transpor barreiras, exigir direitos; tudo isso se encaixa na definição do que é juventude.
Lembremo-nos, para exemplificar, do contexto do Regime Militar, iniciado em 1964. Quer tenhamos vivido essa fase, quer não, com certeza, estamos cientes dos exemplos de coragem e determinação demonstrados pelos jovens estudantes da época, que marcharam em protestos pelas ruas, deixando claras a insatisfação e a revolta que os moviam. E quem se atreveria a dizer que aqueles manifestos não foram relevantes? Era a voz do Brasil, que teimava em falar, enquanto os militares exigiam uma sociedade muda! Era, de fato, a juventude mostrando que tinha força e poder.
Hoje, não é diferente. Há que se reconhcer a existência de moças e rapazes omissos. Não apenas na realidade brasileira ou mundial, mas até mesmo em suas próprias vidas. Vivem demasiado ocupados com o trivial, enquanto a vida real, por assim dizer, se desdobra em múltiplos acontecimentos notáveis. Entretanto, os jovens de "pulso firme" permanecem mostrando-se presentes, questionando, defendendo, opinando, enfim, tentando alterar o que não lhes parece bem e manter o que tem sido positivo e proveitoso. Sempre inovando em sons, vocabulários ou vestimentas, a juventude sabe se expressar e se fazer ouvir.
O que é necessário para que a sociedade tente dar seus passos à frente? Pessoas conscientes, críticas, não acomodadas, tais como nossos jovens de ontem e de hoje. Cidadãos que busquem, acima de tudo, agir e sentir como seres humanos. São necessárias pessoas que carreguem com esses jovens o que já dizia o escritor José Saramago: "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam".
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Abstrato
Incertezas mantinham-se ao redor
O que me cercava?
Temia não poder descrever o que via
Estava entre olhares e interrogações
Entre apertos de mão, dúvidas e discordâncias
Estava eu entre os demais
Enquanto meus olhos estreitavam-se
Ajudavam-me a ler as motivações
O que eu queria era interpretar o mundo!
Ter o prazer de explicá-lo minuciosamente
E simplificá-lo, reduzi-lo
Como fazem os estudiosos com suas fórmulas
Teria que caminhar
Sendo parte do que tanto desejava expor
Era o que eu, de fato, almejava...
Exprimir o que via e sentia pulsar
Tudo que já não mais se satisfazia em estar guardado
No meu âmago - inalcançável?
Mas eu estava enxergando o subjetivo
O abstrato
E não havia gramáticos
Que pudessem me ajudar a traduzi-lo
(O abstrato é intocável...
Só se toca a alma do poeta)
Recorri a alguns poemas e rabiscos
Ensaios e projetos de textos
Ralos, insossos, insípidos
Eu ainda precisava de muito mais do que possuía
Construí e reconstruí períodos
Versei sem rimas ou métrica
Tudo era veloz
Queria falar enquanto escrevia
Gesticulava e vivia como num ímpeto
Estava marcada por minhas leituras
Pelos meus questionamentos
Em meus cálculos hipotéticos
Em minha estranha rotina de querer tornar poesia...
O quê?
O meu "eu"?
Os outros?
Não queria a corda bamba
O não saber sobre mim
A falta de domínio a respeito do que me preenchia
Vicissitudes da vida...
Desejava mesmo era falar
De todas as formas que pudesse
Representar, recitar, argumentar
Estar, por fim, esgotada de expressão
Porém, eu não tinha escolha
Estava em busca do invisível do mundo
Das minhas idéias mais absurdas
E não as tinha em mãos tão facilmente
Não eram palpáveis, concretas...
Eram, sim, fugidias
E eu, pobre poeta amadora...
Teria eu perdido muito tempo a procurar?
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Personagem Alterada
Examinei os teatros ao meu redor
Pessoas que viviam o que haviam ensaiado
Apresentavam o perfil inalterado
Da personagem já criada
Com fortes traços de personalidade
Choravam ,riam, cantavam...
Interpretavam seus papéis fielmente
Contudo, vez por outra
Alguns seguiam num roteiro
Que havia sido adulterado
Não transcorria naturalmente
Era um outro caminho
Uma recriação dos roteiros já escritos
Uma renovação das intenções
Novos passos em novas estradas
Demonstraram a coragem de alterar
Reescrever, reler, reeditar
Interpretar de uma outra maneira
Era uma nova forma de decifrar os caminhos
Uma reavaliação dos objetivos a serem alcançados
Era, enfim, como escrever uma nova história
Como traçar novas rotas
E enfrentar as tempestades
Que um script não programado traz
Surgiam as dificuldades
Mas talvez fosse recompensador
Sentir, falar, ver ou chorar
As consequências das escolhas realizadas
Que podiam ser refeitas até o último segundo
Antes de terem sido apresentadas
Mas o que o público já vira
Estava guardado na memória
Trazia sua carga emocional
E era muito mais denso
Do que um simples ato de uma peça
Envolvia questões comportamentais
Mostrava os atores (reais) e seus conflitos
Suas dores e angústias
Seus sentimentos e pensamentos
Por um lado, era estar no controle do roteiro
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Correndo em Mente
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Sujeitos Equacionados
Variando entre os núcleos
Dos sujeitos e predicados
Aos das células
Que controlam metabolismos
(Metabolismo? Posso ter um?)
Por entre escolas literárias
Trovadores, modernistas, classicistas
Poemas de amor, amigo...
Contestações e protestos
Ecoam pelas ruas
"Abaixo a Ditadura!"
Indivíduos ora pragmáticos
Ora sonhadores
Eram parte das narrativas
Livros que não possuíam o "imã" de atração
Entrando e se fixando por osmose
(Ficamos sem ação)
Informações genéticas
Milhões de trocas de calor
Cuidado com a pontuação...
...Ou alterará o sentido da frase
Repasse, repita, rememorize!
Envolvidos em ciclos viciosos
Cadeias carbônicas
Pontes e ligações sem fim
Choques elétricos para nos reanimar
Gerando, neste caso, um campo divergente
Quais foram as intenções do autor?
Analise. Busque. Descubra.
Sejam notáveis como os produtos...
Talvez o inverso das matrizes
Seja, de fato, o lado correto
Quem pode afirmar com convicção, afinal?
Não deveria ser exata essa resposta?
Será composto o meu sujeito?
Melhor seria uma boa dose de simplicidade!
Número anula número
Até o fim da equação
Onde ambos os lados estarão iguais
E poderão, enfim, ser aceitos pelo sistema
Atenção! Ou será anulado.
Esteja certo:
O prejuízo virá se o resultado não agradar!
Segundos depois, ouviu-se uma voz,
Um sussurro:
- Aguarde, por favor.
Até que os comandos sejam obedecidos...
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Em Códigos
Caminhei com poemas
Descobri poesias
Perdi-me diversas vezes em tal universo e,
Sempre que me encontrava,
Assimilava-me melhor
Apaixonei-me por letras
E segui em novos espaços
Novas cores, novos tons
Construí novas imagens
Transformei o que havia em mim em códigos
Reformulei, reinventei, reintegrei
Não era simples
Nem complexo demais
Era apenas o que fluía
O que vinha de mim
E me chamava a atenção...
Então, juntei-me à caneta
E aos papéis
Saí por ruas escrevendo em mim
O que estava escrito no mundo
Eram letras de músicas
Declarações de amor
Interjeições e debates
Eram placas indicando os caminhos
Informações esparramadas por todos os lados
Meu novo - ou velho - ofício era parte essencial
De um mundo em constante movimento
Representava ligações
Interrupções, sons
Enquanto eu absorvia
Os códigos transformavam-se
Adequavam-se a quem os estava absorvendo
E saíam novos, mudados
Completamente diferenciados
Uniam-se a memórias
Experiências, opiniões
Saíam representando UM MUNDO
Menor a olhos nus
E maior para os olhos da alma
O MEU.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Dentro de Mim
De paz abundante, transbordante
domingo, 16 de maio de 2010
Ajuste-se ao Som
Em cada instante
Num olhar ou toque
Numa dança
Na expressão de quem compreende
Porque ama, ou ama
Porque compreende
Ajuste-se ao som que nos envolve
Que embala a vida
Desde a mais tenra idade
Nas melodias que ouvíamos
Quando já era hora de deitar-se, fechar os olhos
E renovar-se por completo
Ajuste-se ao som
Seja de um piano, de um amor
Da palavra que corta o silêncio
E faz bem
E traz o bem
Ajuste-se ao som
Para acompanhar os momentos
De forma incessante
O ritmo que não tem fim
Acompanhe-o e entregue-se
O que nos pode acontecer?
Em meio a melodia, de fato, vibrante
De nossas vidas, de nossos amores
De nossos segredos, sabores e dissabores
Diga-me, então
Quem arrepende-se ao final de uma orquestra?
domingo, 11 de abril de 2010
Cotidianamente
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Aforismo
Encontrei essa frase da Mafalda numa proposta de redação e amei. Achei que valia um texto (não necessariamente uma dissertação), porque ela diz a verdade de uma maneira tão simples que chega a surpreender. Soube que isso se chama "aforismo", isto é, quando, em poucas palavras, dizemos algo que causa grande impacto. Essa, de Quino, causa um impacto maior por ser uma verdade tão triste. Sim, nosso mundo já possui mais de seis bilhões de moradores e o número só faz aumentar. Paralelo a isso, aumentam também a indiferença e a maldade, que são apenas parte da rotina atual. Com certeza, a Mafalda tinha razão quando, de certa forma, disse que "gente" e "pessoas" são inversamente proporcionais. Quanto mais gente, menos pessoas. Quanto mais gente, mais marcas (muitos transformaram-se nelas), mais desejos egoístas, mais somos bombardeados por propagandas, mais crueldade, mais egocentrismo, mais falta de amor e empatia. Estão todos muito ocupados com a beleza física, em seguir os "padrões", em chegar na frente, em vestir-se bem... Os interesses se sobrepõem, seja no contexto que for, e calam a voz do humanismo. Porque fazer um bom nome deixou de significar ser visto como alguém que se importa com o outro, que ajuda, socorre, que diz com sinceridade que ama. Ter um nome hoje é conquistar um bom emprego, ganhar dinheiro aos tubos, ser amplamente reconhecido, estar entre os que fazem parte da "alta sociedade", e por aí vai... Para conquistar tudo isso, as pessoas (digo, toda essa gente) vão passando por cima dos outros, atropelando quem surgir na frente, sem compreender uma questão importante: quem ou o quê realmente são? Não deveríamos viver numa competição sobre qual de nós é o melhor, porque isso não faz sentido algum e, quanto mais nos comparamos e queremos ser melhores e estar à frente dos outros, na verdade, mais nos afundamos numa espécie de areia movediça desumana.
Vez por outra paro para observar o que tem acontecido. Vejo desastres naturais aos montes (2010 que o diga), famílias sendo separadas forçosamente por consequência da criminalidade, a fome assolando povos, doenças espalhando-se e muitos, por amor à grande dádiva da vida, lutando para vencê-las, dificuldades financeiras obrigando famílias a viver com menos de um dólar por dia... De repente, olho para o outro lado e vejo tudo aquilo que já citei e que resume-se em uma palavra: futilidade. Mas me consola a esperança e a certeza de que, um dia, todos serão DE VERDADE. Por enquanto, sigo repetindo:
Onde esconderam-se as pessoas? Já chega de tanta gente!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Janela para a Desconstrução
Vivemos preocupados com os rumos da humanidade, a maldade do homem, a violência, o desrespeito, enfim... A cada dia, um novo acontecimento surge para nos assustar e indignar, nos deixar perplexos. Mas uma questão relevante me vem à mente quando paro e reflito no que motiva tanta gente a agir como qualquer coisa, menos pessoas. Chegamos em casa do trabalho, da escola, do que for e, com um ato quase involuntário, ligamos a televisão. Basta isso e a janela está aberta, a escola que funciona dentro de nossas casas entra em ação e passa todo tipo de idéias, conceitos e comportamentos de forma sutil. Não estou me referindo à alienação que a mídia é capaz de causar, ou às opiniões que ela é especialista em moldar, de acordo com seus interesses. A preocupação, neste caso, é ainda maior: são os valores que perdem-se nessa tela que manda e desmanda, é a educação que preferiu esconder-se diante de tantos absurdos e são os resultados disso tudo, que nos fazem tanto mal e estimulam péssimas atitudes.
O filme aborda a violência. O reality show faz parecerem aceitáveis as intrigas, ofensas, inimizades, rixas, competições vorazes (imagine só, as confusões já são até mesmo causadas propositadamente, afinal, dá ibope!). A novela desvaloriza o casamento, a relação entre pais e filhos, a amizade. Se estamos em busca desse tipo de entretenimento, há algo errado em nós. A televisão ocupou um espaço que não a pertence, faz confusão, toma nosso tempo, muitas vezes, com coisas desimportantes e exerce influência (quer aceitemos isso, quer não) no nosso dia-a-dia, em nossa vida. Influência essa que pode ser muito negativa.
Mas é claro que podemos encontrar programas que edifiquem, de alguma forma. Também é importante manter-se atualizado, com uma visão crítica acima do que é dito para nós. E divertir-se, obviamente, é necessário, mas com responsabilidade e usando de bom critério. Vamos gastar tempo no que é saudável e manter a televisão em seu devido lugar. Prestando atenção, saberemos a melhor hora de fechar a janela.
sábado, 3 de abril de 2010
No País dos Sonhos
Ao Redor
sexta-feira, 19 de março de 2010
Datas
segunda-feira, 15 de março de 2010
(In) sensibilidade
Já estamos bem conscientes do que tem ocorrido no mundo. Por menor que seja o interesse de alguém em manter-se atualizado, não tem jeito, os acontecimentos chegam até nossos ouvidos em um instante imperceptível. Sabemos que as pessoas andam por aí perseguidas pela violência, onde quer que estejam, castigadas pela fome, humilhadas pela miséria e pelo sofrimento, tão comuns no mundo em que estamos (sobre)vivendo. Se somos suficientemente humanos para desejar profundamente uma solução, não importa à que classe pertencemos... A, B, C (e por aí vai), somos massacrados também. Por ver a deplorável realidade das pessoas no Haiti, que vivem as consequencias de um desastre natural imensurável - caso não saiba, o haitianos tem comido "biscoitos de lama" que, devido a crescente necessidade, vem sofrendo um aumento de preço -, ou as vidas que se esvaem na África, por conta das doenças e da fome, por ver uma família sentada no asfalto, sem ter um lugar seguro e acolhedor para ir, quando sabemos que, assim que desejarmos, poderemos ir pra casa, descansar, nos recolher.
Mas sinto que muita gente se acostumou e se acomodou. Aprendeu a lidar com notícias ruins e a achá-las comuns. Já consegue passar pelo sinal de trânsito sem levar a imagem da criança que deveria estar na escola, mas que está lá, fazendo malabarismos para que, talvez, seus pais e seus irmãos possam se alimentar. Já consegue assistir aos jornais sem sentir-se ferido. Isso me preocupa. Porque a sociedade está deixando de ser humana, de ser gente, de sentir. E está tranformando-se em uma espécie diferenciada, que vive para si, acorda para si, trabalha para si e sente somente a si mesmo (se é que sente alguma coisa).
Temo pelas milhares de pessoas que necessitam de atendimento médico, mas que, por infelicidade, acabaram sendo levadas até um médico mercenário, preocupado com seu saldo bancário, com a cerveja e com o time de futebol. Temo pelos que precisam urgentemente serem ajudados por aqueles que possuem condições de ajudar, mas que não se manifestam, simplesmente porque isso não lhes convém. E tenho vontade, muita vontade, de fazer e ver diferente. Não quero fazer parte dessa nova sociedade, que sofreu uma mutação gênica e não enxerga mais que um palmo diante do seu nariz.
Eu quero ser diferente, porque não me encaixo nesse mundo hostil.
domingo, 14 de março de 2010
Enigma Poético
Para que ela não fuja de mim
A passos mais largos que os meus
E onde ela está agora?
Na imagem que preenche meus olhos?
Na canção que escuto agora?
Em mim?
Por que foges vez por outra?
Esconde-se
E ressurge apenas quando tens vontade?
Passam-se dias até que retornes
Dias mudos e comuns
Dias sem projetos que aguardam
Para serem observados
Sem versos, sem contornos
Estrofes inexistentes
Dá uma volta em torno do mundo
Enche a vida de tanta beleza
Onde foi alegrar a manhã?
Que papel encheu de tesouros?
Em minha caneta não estavas tú
Ou, talvez
Seja tudo isso uma confusão
E estejas perdida dentro de mim
Preciso encontrar-te em mim
Esperar-te-ei
Buscarei nas estrelas
E em toda a extensão da terra
Volte, se quiser
Sem poesia a vida já não é a mesma
segunda-feira, 1 de março de 2010
Processo de Involução
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Propriocepção
sábado, 20 de fevereiro de 2010
O Homem Que Passa
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Desvende
Um vasto planeta a ser descoberto
Decifrado, solucionado
Cada um com suas ânsias
Vontades
Amores
Somos apenas mais alguns
Em meio a tantos outros?
Ou somos nós um profundo oceano,
De emoções,
De cores,
Sabores?
Vontades não nos faltam
Somos mais complexos do que imaginávamos
Somos de difícil compreensão
Estamos além da razão
Possuímos múltiplas capacidades
Aumentamos o passo
E preparamo-nos para vôos maiores
E mais belos
Somos beleza e mar
Em comportamentos
Ou pensamentos
Completos e, ainda assim,
Há tanto para completar
A verdade é que somos incríveis
Máquinas jamais superadas
Que sentem
Andam
Choram
Amam
E somos, sim
Quem queremos ser
Evidencia-se aí a beleza
Da singularidade
Da individualidade
Do eu
O lívre arbítrio
Que permite-nos escolher
Quem será você?
Limito-me ao que vêem?
Ou vou mais além?
Tenho sonhos
Sentimentos
Mente
Penso
Subconsciente
Que também diz muito sobre quem sou
Sobre quem somos
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A Dança das Palavras
Como “A entrega do pensamento”
Início da peça.
Os aplausos fazem-se ouvir.
Segue como uma dança
Composta de palavras
Encaixam-se
Arranjam-se
Arrumam-se
Estão paradas?
Estáticas?
Ou movem-se elas,
Acompanhando a canção?
Pois digo que, em mim,
Movem-se
Uso-as
Busco-as mais uma vez
E mais outra
Têm beleza própria
Dominam os passos da dança
Refletem demasiada emoção
Oníricas que são
Instrumentos que permitem
A perfeição na hora exata
A mais bela valsa
Escrevem vorazmente
Participo da dança também
Coreografia de palavras,
Não permitam o fim do espetáculo
Nem que as cortinas ponham-se a fechar
Sem que antes possam se mostrar
Componham
Entreguem-se
Mostrem-se!
Vede o tempo que resta!
Mas chega o fim do poema
E as palavras agora preparam-se
Para o grande final
Acabou a dança
E os aqui presentes
Já puderam notar
Sim! É o maior espetáculo que há
Mas que agora despede-se
Com um ponto final.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Esvaziaram-se
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
O Tempo
Lugar de progressos
Regressos
Caminhadas constantes
Caminhos num traço feito à lápis
Ao longo de todo o horizonte
Corridas inacabadas
Batalhas por vir
Acelerando
Ou retrocedendo
Estamos de mãos dadas com o tempo
De mãos atadas
Passa despercebido
Toma momentos
Arranca realidades
Por vezes, é cruel
Sugere mudanças
Realiza-as sem permissão
Escreve, envolve
E mede uma história
Controla durações
Como qualquer cenário,
Chama atenção
Um alarme programado para tocar
Vez após vez
Dá passadas para a frente
Não acompanha-nos
Estamos sempre em frente?
Correndo incessantemente?
Como acompanhá-lo,
Se estamos em nosso próprio tempo
Mergulhados em nossa verdade
Que não precisa ter fim?
Adequemo-nos, então,
Aos segundos
Aos minutos
Aos momentos
Ou deixemos que eles corram
Para onde julgarem ser melhor
Enquanto desfrutamos de algo bom
Que não tem pressa
E que está conservado
Bem catalogado
E programado para resistir
A qualquer corrida de tempo
Que tenha por alvo apagá-lo
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Casinha (ou: Oficina de Idéias Palpáveis)
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Entrelaços Humanos
Falas, suposições
Gestos, emoções
Alegria e dor
Ser humano
É tranformar-se em tudo
É ser plural e singular
Ser complexo
Ainda assim,
Reconhecer o poder da simplicidade
Em pensamentos impenetráveis
Atitudes surpreendentes
É ser único
E ser capaz de igualar-se
De enxergar-se
De enxergar
Felicidade acompanhada de êxtase
Canção mesclada com ansiedades
Resultado de esperas
Delicadeza e fragilidade
Dependência que pede compreensão
Paciência
Ser humano
É compor no presente um soneto
Em palavras que acariciam
Tranquilizam
Derramar-se em lágrimas
(Re) completar-se com esperança
É um ato heróico
De quem tem coragem
Para apostar em mais um passo
Sabendo que poderá desmanchar-se
E terá que refazer-se
Entregar-se
E ter em mãos
A entrega confiante do outro
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Sobre os Clichês
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Questione, então.
domingo, 31 de janeiro de 2010
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A Semana da Ilusão
"Regozijai-vos"
O que é isso, Brasil?
Vivemos em um país repleto de diversidade, mas, até hoje, os negros são vistos como inferiores, e isso é vergonhoso. Eles foram trazidos, escravizados, humilhados e ainda devem lidar com o preconceito racial, tão comum no Brasil. Irônico é querermos fazer grandes planos para um país que ainda não resolveu um de seus maiores e mais ridículos problemas.
Durante muitos anos, o branco fez com que os escravos limpassem sua sujeira, servissem aos seus interesses e vivessem em condições precárias, em lugares inóspitos. A escravidão foi oficialmente abolida, apesar de algumas cenas atuais nos dizerem o contrário, entretanto, infelizmente, muitos hoje permanecem com a mesma cabeça dos brancos que escravizaram, sentem-se superiores. Consequentemente, muitas vezes somos violentados com situações que deixam claro o preconceito ainda existente. Hoje, o negro é o pobre, é o ladrão. Negro bom é aquele "de alma branca".
Nos últimos dias, temos pensado um Copa, Olimpíadas. Dizem os políticos e várias pessoas que é a oportunidade que o país precisava, as mudanças tão necessárias serão, enfim, realizadas. Será mesmo? O Brasil carece de inúmeras mudanças que envolvem dinheiro. Mas existem mudanças que não serão feitas assim, de repente. São elas as mudanças dentro de nós, brasileiros. Essas exigem esforço, tempo, boa vontade e empatia. O preconceito racial, diversas vezes demonstrado por atitudes inconscientes, é uma marca no Brasil. Será um impasse na construção de um lugar melhor.
É preciso repensar as atitudes. Atravessar uma rua porque o negro que vem alí parace ser ladrão não é aceitável. Enquanto esse tipo de coisa acontecer, não adianta Copa do Mundo, seremos sempre parte daquele país onde os cidadãos não aceitam uns aos outros. Um país assim, demorará a crescer e evoluir.