segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pobre País...


Quanta beleza tens tu, Brasil!
Mas, pobre país, não és capaz de ocultar tuas máculas,
Teus filhos pedintes de futuro corrompido.
Tua infância levada embora...
Vede! Tua infância foi roubada, Brasil!

E permaneces aí a olhar?
Como se a violência não fosse contra ti...

Pior que teres ficado sem teu ouro
É te apresentares agora assim.
(Assalto contínuo de tua identidade infante
E da tua venustidade exuberante...)

Teus direitos foram guardados nos bolsos das calças.
O amanhã, vorazes, tentaram devorar.
E cada um, parte pelo todo, prossegue,
Na luta, na rua, na vida. Prosseguem.

Teu verde está a ruir, tuas vidas se desvanescem...
Num grito abafado, nos animais que habitam o asfalto,
Quem és tu? Pobre país...

Se cada linha de uma poesia
É uma linha tortuosa...
Na tua, verde a amarelo fundem-se
Em vermelho vivo, vermelho sangue.

Tornaste-te a arma que cala os necessitados?
A ameaça dos que andam em ruas largas?
Assustados, inseguros, assombrados!
Quão lamantável é ver-te por tais ângulos...

Tua verdade ascende e denuncia
A falta de opotunidade que ofertas,
Os teus discursos imprudentes,
As tuas ordens. Ordens?
Os teus regressos inclementes

País de espaços historicamente violados,
De lágrima exausta a fluir...
Para onde prosseguir?


Ah, pobre país...

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