sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Já Imaginou, Amor?


Mil redondilhas por mim proferidas esboçavam-te
Palavras fracas, sem sentido algum.
Tua poesia eu rasguei em pedaços miúdos,
Confrontei-a, duelamos.
Saí vencedora, posto que lá estava ela, destruída.

Quis convencer-me das tuas verdades, mas não podia.
Devia ser medo, receio, um temor profundo...
Já imaginou, amor?
Entregar-se assim, sem rodeios...
Sendo incapaz de notar os impasses, as pedras que se impunham.

O papel permanecia sobre a mesa
De nada mais valia, fora violentado.
Os versos tragados por mim recusavam-se a aceitar o fim trágico.
Ah, esses teimosos versos,
Cheios de caprichos... Esquecê-los-ei.

Demorei a decidir-me nesta situação
Passos em falso fazem muitos perderem o caminho
Mas não havia nada mais que pudesse suportar a carga dessa sensação.

Nem os diálogos, nem as distrações,
Nem mesmo a melodia que emanava do piano.

Mas havia a folha estragada,
Apenas ela mostrara-se forte o bastante
E agora, traída, recolhia-se aos seus pedaços.
Ela podia compreender a relutância inicial de alguns...
Em relação a tudo isso que nos toma, quais humanos.
Podia. Agora eram os cacos.

Oh! Sentimento sublime...
Falo de modo inequívoco contigo mesmo.
Tu, que és ousado ao tomar espaços dentro de nós.
És belo, transcende, transforma!
Mas estás acostumado a ser demasiado bravio.

Admiro-te agora e sempre mais.
Amo-te, no sentido que tens,
Em tuas definições contidas em dicionário,
No âmago pungente da palavra, amor.

Nenhum comentário: