terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Questione, então.

Toda criança, em certa idade, tem a fase dos porquês. Os pais observam: "Menino! Tudo você pergunta." Mas, provavelmente, muita gente ainda não parou pra pensar na importância de levantar questões. Perguntamos para satisfazer nossa curiosidade, para aprendermos sobre algo, para compreendermos melhor o mundo. Perguntamos para evoluir intelectualmente e, assim, crescer em pensamentos e atitudes. Perguntamos para não aceitar tudo que nos é imposto, para não se aproveitarem de nossa ignorância, para termos conteúdo. Considere o exemplo: os pais dizem aos filhos o que eles devem ou não fazer, como seria apropriado que se comportassem, naturalmente, os filhos, por sua vez, desejarão saber o por quê. Se a educação dada aos filhos baseia-se em valores e princípios firmes, bem estabelecidos, por exemplo, seria apropriado que eles fossem explicados aos filhos. Caso contrário, como entenderiam porque não devem tomar determinada atitude? Explicações esclarecem as coisas e ajudam na formação, na construção de uma base sólida para a vida. Em outras palavras, são as perguntas que, pouco a pouco, nos constroem. Então, a idéia de que perguntar é coisa de criança que está descobrindo o mundo é equivocada, afinal, ter crescido não necessariamente é sinônimo de sabedoria, mas reconhecer que ainda temos muito a aprender e buscar esse aprendizado, reflete a sabedoria que temos adquirido. Ou seja, precisamos reconhecer nossa pequenez diante de tudo que existe, mas, infelizmente, isso é impossível para muitas pessoas (o orgulho, muitas vezes, interrompe o aprendizado), que acreditam possuírem as respostas de que necessitamos, quando, na realidade, todos nós estamos no mesmo patamar, somos eternos aprendizes. Se, para viver, precisamos aprender, questione, então.

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