sábado, 12 de fevereiro de 2011

De Um Despertar (Literal e Interno)


Invariavelmente, todos os dias,
A mulher levanta-se e dá graças pelo Sol,
Refulgente, de volta ao mesmo lugar.
Sente que sua vida está completa,
Enquanto as questões resolvem-se gradualmente.
O suspiro de cada manhã ainda é sua inspiração diária.

É mulher, é denso sentimento, é humana.
Escreve, a cada minuto, uma nova história.
Despede-se de personagens, dá vida à outras.
Algumas, ela mantém.
Está imersa numa realidade,
Que almeja edificar com as próprias mãos.

Entre dois mundos distintos, mas interligados,
Ela cria e vive.
E está feliz, por sentir-se inteira.
Anda por aí, cheia de lirismos...

Ainda não guarda em si tudo de que necessita,
Mas vive numa intensidade quase brutal.
E palpita de desespero.
De um desespero alegre,
De ânsia inquietante,
De vontade de ser feliz.

Bem sei como talvez penses:
Ela é apenas parte da mesma sociedade
Em que estamos todos nós.
Não! Não reduzas tanto um ser humano,
Não limites assim sua condição...

Afinal, de tal forma encontramo-nos todos;
(Re)criando estórias, compondo canções,
Negando fatos, cedendo ao que está consumado,
Correndo avidamente em busca de alguma coisa
Mais simples que toda essa rotina,
Que todo esse ritual:
A vida plena.
Nada, nada além.

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