segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Da Vida


Viver assemelha-se a um poema de idéias bem expressas, bem colocadas, sábias e, acima de tudo, repletas de encantamento. Capaz de tocar a alma. Desejado poema que, sem pedir licença, invade não apenas o coração, toma o corpo por inteiro. Espalha-se, como o fluido da vida, somos invadidos pela beleza do viver. É um poema constantemente recitado, exaltado, elevado, o sentimento flui sem cessar, tal qual o ar necessário à vida. É natural como a correnteza, que leva e traz as águas. Os sentimentos movem o que passou e o que está por vir, e cada uma dessas viagens faz com que externemos as mais fortes sensações. Por esta razão viver está além do entendimento de alguns: envolver-se com o poema que é a vida exige sensibilidade. Quem não enxerga o que nos faz humanos, o que provoca o riso, o choro, o grito, tampouco compreenderá o que há no seu íntimo. Em resumo, a verdade é que viver encanta. É o mais admirável poema que há, foi bem escrito e elaborado, as emoções misturam-se, emanam, borbulham. Porque a correnteza não pode parar, nem o poema acabar, nem a vida findar... Tudo isso mostra-se eterno, deve ser eterno. O vento não permite intervalos às águas do mar.

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