
domingo, 11 de abril de 2010
Cotidianamente

sexta-feira, 9 de abril de 2010
Aforismo

Encontrei essa frase da Mafalda numa proposta de redação e amei. Achei que valia um texto (não necessariamente uma dissertação), porque ela diz a verdade de uma maneira tão simples que chega a surpreender. Soube que isso se chama "aforismo", isto é, quando, em poucas palavras, dizemos algo que causa grande impacto. Essa, de Quino, causa um impacto maior por ser uma verdade tão triste. Sim, nosso mundo já possui mais de seis bilhões de moradores e o número só faz aumentar. Paralelo a isso, aumentam também a indiferença e a maldade, que são apenas parte da rotina atual. Com certeza, a Mafalda tinha razão quando, de certa forma, disse que "gente" e "pessoas" são inversamente proporcionais. Quanto mais gente, menos pessoas. Quanto mais gente, mais marcas (muitos transformaram-se nelas), mais desejos egoístas, mais somos bombardeados por propagandas, mais crueldade, mais egocentrismo, mais falta de amor e empatia. Estão todos muito ocupados com a beleza física, em seguir os "padrões", em chegar na frente, em vestir-se bem... Os interesses se sobrepõem, seja no contexto que for, e calam a voz do humanismo. Porque fazer um bom nome deixou de significar ser visto como alguém que se importa com o outro, que ajuda, socorre, que diz com sinceridade que ama. Ter um nome hoje é conquistar um bom emprego, ganhar dinheiro aos tubos, ser amplamente reconhecido, estar entre os que fazem parte da "alta sociedade", e por aí vai... Para conquistar tudo isso, as pessoas (digo, toda essa gente) vão passando por cima dos outros, atropelando quem surgir na frente, sem compreender uma questão importante: quem ou o quê realmente são? Não deveríamos viver numa competição sobre qual de nós é o melhor, porque isso não faz sentido algum e, quanto mais nos comparamos e queremos ser melhores e estar à frente dos outros, na verdade, mais nos afundamos numa espécie de areia movediça desumana.
Vez por outra paro para observar o que tem acontecido. Vejo desastres naturais aos montes (2010 que o diga), famílias sendo separadas forçosamente por consequência da criminalidade, a fome assolando povos, doenças espalhando-se e muitos, por amor à grande dádiva da vida, lutando para vencê-las, dificuldades financeiras obrigando famílias a viver com menos de um dólar por dia... De repente, olho para o outro lado e vejo tudo aquilo que já citei e que resume-se em uma palavra: futilidade. Mas me consola a esperança e a certeza de que, um dia, todos serão DE VERDADE. Por enquanto, sigo repetindo:
Onde esconderam-se as pessoas? Já chega de tanta gente!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Janela para a Desconstrução
Vivemos preocupados com os rumos da humanidade, a maldade do homem, a violência, o desrespeito, enfim... A cada dia, um novo acontecimento surge para nos assustar e indignar, nos deixar perplexos. Mas uma questão relevante me vem à mente quando paro e reflito no que motiva tanta gente a agir como qualquer coisa, menos pessoas. Chegamos em casa do trabalho, da escola, do que for e, com um ato quase involuntário, ligamos a televisão. Basta isso e a janela está aberta, a escola que funciona dentro de nossas casas entra em ação e passa todo tipo de idéias, conceitos e comportamentos de forma sutil. Não estou me referindo à alienação que a mídia é capaz de causar, ou às opiniões que ela é especialista em moldar, de acordo com seus interesses. A preocupação, neste caso, é ainda maior: são os valores que perdem-se nessa tela que manda e desmanda, é a educação que preferiu esconder-se diante de tantos absurdos e são os resultados disso tudo, que nos fazem tanto mal e estimulam péssimas atitudes.
O filme aborda a violência. O reality show faz parecerem aceitáveis as intrigas, ofensas, inimizades, rixas, competições vorazes (imagine só, as confusões já são até mesmo causadas propositadamente, afinal, dá ibope!). A novela desvaloriza o casamento, a relação entre pais e filhos, a amizade. Se estamos em busca desse tipo de entretenimento, há algo errado em nós. A televisão ocupou um espaço que não a pertence, faz confusão, toma nosso tempo, muitas vezes, com coisas desimportantes e exerce influência (quer aceitemos isso, quer não) no nosso dia-a-dia, em nossa vida. Influência essa que pode ser muito negativa.
Mas é claro que podemos encontrar programas que edifiquem, de alguma forma. Também é importante manter-se atualizado, com uma visão crítica acima do que é dito para nós. E divertir-se, obviamente, é necessário, mas com responsabilidade e usando de bom critério. Vamos gastar tempo no que é saudável e manter a televisão em seu devido lugar. Prestando atenção, saberemos a melhor hora de fechar a janela.
sábado, 3 de abril de 2010
No País dos Sonhos
Ao Redor
