sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Panis et Circenses


Seres envoltos numa teia de expectativas,
Incansáveis expectativas.
E palavras retraídas a observar,
A analisar os contornos de vozes gritantes
Que almejam anunciar...
Nada além de um espetáculo.

Visto, revisto, previsto...
Não há surpresas a nos aguardar
Além dos passos mensuráveis
Dessa tal sociedade agonizante?

Aguardeis os próximos instantes,
Eles hão de vir!
Trazendo as descobertas inquietantes
Dos que passam por aqui.

Havia poemas, prosas e textos em protesto...
Reduzidos a detalhes leves e ínfimos,
Passaram despercebidos.
Nada eram diante das imagens em tecnicolor
Que formavam-se ali.

Espectadores atentos, olhares estagnados...
Num picadeiro apresentam-se incontáveis máscaras
Sobrepondo-se às angústias e às mil questões humanas.

Dores e gritos cotidianos abafados,
Máquinas inesgostáveis de fazer-nos sorrir.
Não haveria insustentáveis fantasias,
Não fosse o contexto armado,
Milimetricamente arquitetado
Pelos comandantes dali.

Haveremos de notar os fatos pulsantes,
Alheios ao horizonte que se nos apresenta...
Que rodeiam-nos, insistentemente, sim!
Não relutes, não ignores, desata os nós
Que ainda mantêm todos vós
Tão absurdamente alheios em si.