sábado, 12 de dezembro de 2009

Ser Criança

Dia desses, enquanto lia uma dessas revistas semanais, deparei-me com algo que chamou a minha atenção, era um texto da escritora Lya Luft que dizia assim: "Preconceito é uma doença. Não do corpo, mas da alma. As pessoas com essa doença pensam tudo torto, enxergam tudo errado". O trecho faz parte de um livro que ela escreveu para crianças e que trata de assuntos sérios como esse. Achei interessante a idéia, gosto de quem se comunica com as crianças tendo em mente que tão espertas quanto nós, os "crescidos". Preconceito é coisa séria, é ignorância, é destrutivo e não podemos permitir que exista. Sendo assim, vamos criar nossas crianças inculcando-lhes valores e princípios que, no futuro, serão fatais contra esse problema. Crianças são extremamente inteligentes e criá-las acaba sendo uma tarefa gratificante, mas delicada, afinal, elas observam e agem da forma como vêem seus parentes e amigos próximos agirem e, a educação que recebem hoje, formará o cidadão do futuro, a sociedade do futuro. A infância é a base de toda vida e precisa ser bem construída, levada a sério. Portanto, tomemos mais cuidado com forma como agimos diante dos pequeninos, brincadeiras impensadas, musiquinhas impensadas, entre outras coisas podem desconstruir uma infância. Se pararmos para prestar atenção, veremos que toda criança que age mal ou exprime qualquer tipo de preconceito aprendeu imitando alguém. Elas não nascem com conceitos pré-estabelecidos a respeito de alguém mais pobre, que possua necessidades especiais ou com uma cor de pele diferente. Sempre que penso nisso concordo com Adélia Prado, quando ela diz que "as crianças guardadas guardam o homem". Não gurdam apenas o homem, gurdam toda uma sociedade da ignorância e do preconceito que nos torna tão incompletos e deficientes. Ainda sou muito jovem, não tenho filhos, mas, assim como as crianças, aprendi a observar bem o mundo que me cerca, a diferença é que aprendi a distinguir o que é certo e o que é errado e devo isso aos meus pais, que agiram de forma consciente e amorosa durante a minha infância. Criar filhos de forma consciente é preocupar-se com uma sociedade melhor e mais justa e é também preocupar-se em formar pessoas bem preparadas para enfrentar a vida. Ultimamente, estive observando as atitudes de um primo meu, que tem apenas três anos de vida, mas já dá lição de moral em muita gente grande. Convidei-o para apostar uma corrida: "Vamos! Quem chegar primeiro é o vencedor!" A resposta dele me deixou perplexa: "Me dê a sua mão para ganharmos juntos!" Prestando atenção em meus tios, percebi porque meu primo agiu de forma tão especial e nada convencional; eles se preocupam em mostrar-lhe o mundo considerando-o como alguém inteligente e não como um bebê incapaz de entender o que acontece ao seu redor. Além disso, insistem em uma criação repleta de valores, de educação e sem sinais de preconceito. Como eu já disse, ainda sou nova para ter filhos, mas, quando chegar a hora, quero estar preparada para criá-los assim, sem preconceitos, ensinando-lhes a considerar todos como iguais e a se importar e se preocupar com o príximo, sempre. Termino este texto reiterando as palavras de Rubem Alves que, sabiamente, disse: "As crianças são sonhos... Pois não é verdade que algo se perdeu quando deixamos de ser crianças?" Sim, é a mais pura verdade!

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